sexta-feira, 21 de setembro de 2012

'Precisamos fazer as pessoas andarem'

 
O britânico Rodney Tolley é pesquisador há mais de 30 anos da Universidade Staffordshire e chegou a São Paulo ontem (20/09) para a conferência "Andar a Pé nas Cidades", promovida hoje pela Prefeitura em comemoração ao Dia Mundial Sem Carro. Suas pesquisas dizem que as cidades com mais pedestres têm economia mais forte. Ele falou ao Estado ontem.
Como os pedestres podem ajudar a desenvolver a economia de uma cidade?
Se você cria condições em que as pessoas se sintam mais confortáveis, elas ficam mais tempo nos lugares, fazem compras, param, tomam café, recarregam as energias e aí gastam mais dinheiro. O motorista gasta, por exemplo, R$ 50 em um passeio. Quem anda vai gastar R$ 20, mas vai voltar amanhã. No fim do mês, as pessoas andando gastam mais do que as que dirigem.
O senhor estudou o caso da Time Square, em Nova York, que bloqueou o tráfego de carros...
Lá, 90% do espaço era destinado a carros. Pessoas ficavam espremidas, havia barulho. Você tirava fotos e saía. Agora, você puxa a cadeira para o sol, toma café, vê o mundo passar. A associação comercial adorou.
As pessoas já não fazem isso em shoppings?
Eles têm ar-condicionado, segurança, tudo isso é grande atrativo. Mas o que a cidade tem de fazer é dizer para as pessoas que a vida não é só comprar. Os shoppings não têm igrejas, bibliotecas. Tente fazer uma foto lá. O segurança não deixa. É uma necessidade das cidades enfatizar os espaços públicos.
E para onde vão os carros?
Os carros só ocupam espaço porque criamos ruas. Simplesmente tirem os carros. Lá, não ficaram cinco anos pensando nisso. Fizeram em um fim de semana, da noite para o dia.
A economia do Brasil está crescendo e todos querem carros. Políticos receberiam críticas se adotassem medidas assim...
Estamos em um ponto muito interessante da história. O clima está mudando, os congestionamentos ficam impossíveis, há crise de obesidade. Tudo isso leva a uma mesma solução: reduzir o uso de carros e fazer as pessoas andarem mais.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/precisamos-fazer-as-pessoas-andarem

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Semana da Mobilidade 2012 - de 16 a 22 de setembro

 
A mobilidade é uma questão central em todas as cidades do mundo – está diretamente ligada ao acesso à cidade e aos serviços públicos, ao meio ambiente e à saúde da população. Neste sentido, organizações de várias cidades do mundo decidiram dedicar uma semana - de 16 a 22 de setembro (quando é comemorado o Dia Mundial Sem Carro) - para refletir, debater e promover ações para melhorar a mobilidade.
Em São Paulo, frente aos inúmeros congestionamentos, inadequação de calçadas e danos à saúde e ao meio ambiente provocados pelo excesso de veículos nas ruas, a adesão à campanha se ainda torna mais urgente.
A Rede Nossa São Paulo está no sexto ano consecutivo de mobilização e busca juntar forças para a construção de uma agenda única e com poder de interferir em políticas públicas. Esta é uma grande oportunidade de chamar a atenção da sociedade civil para o tema da mobilidade urbana e dos problemas decorrentes da poluição do ar gerada pelos veículos motorizados.
Em 2012, a Semana da Mobilidade começa no dia 16/9, domingo, e termina do dia 22/9, sábado, quando é comemorado o Dia Mundial Sem Carro.
Uma série de atividades está sendo preparada pela Rede Nossa São Paulo e por organizações parceiras. Confira a programação e participe:
- Vaga Viva do Setembro Verde
Neste domingo, dia 16 de setembro, das 14 às 18 horas, em frente à Matilha Cultural (Rua Rêgo Freitas, 542 – República)

Venha transformar vagas de estacionamento em áreas de convivência para pessoas.
Organizador: Matilha Cultural
- Lançamento da Pesquisa Nossa São Paulo / Ibope sobre Mobilidade Urbana
Segunda-feira, dia 17 de setembro, às 10 horas, na Câmara Municipal de São Paulo
Sexta edição da pesquisa, inédita, que aborda os mais diversos aspectos da mobilidade em São Paulo, como o tempo gasto no trânsito, a frequência com que os paulistanos utilizam o transporte público, a satisfação com o transporte coletivo, o uso do carro etc. Para o lançamento da pesquisa está sendo convidado um representante de cada partido político. O objetivo é que eles comentem a pesquisa e apresentem as propostas de suas bancadas e de seus partidos para as questões da mobilidade. O evento também contará com a presença do vereador José Police Neto, presidente da Câmara Municipal, que apresentará os indicadores paulistanos levantados pela própria Câmara.
Organizador: Rede Nossa São Paulo
- Ciclodebate #5 – “Carrodependência tem cura?”, com Alexandre Delijaicov e Paulo Saldiva
Segunda-feira, dia 17 de setembro, das 19h30 às 22h, Auditório da Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque)
A Ciclocidade inicia sua programação na Semana da Mobilidade reunindo dois estudiosos que praticam cotidianamente a construção de alternativas para o transporte nas cidades.
Organizador: Ciclocidade e CicloBr
- Oficina prática Bike Anjo do Idec
Terça-feira, dia 18 de setembro, às 20 horas, na Sede do Idec (Rua Desembargador Guimarães, 21 – Água Branca)
Venha aprender a andar de bicicleta com segurança em São Paulo.
Faça a sua inscrição aqui
Organizador: Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
- Balada da Mobilidade
Quarta-feira, dia 19 de setembro, a partir das 20 horas, na Rua Augusta, 822
Venha comemorar a Semana da Mobilidade começando com um Happy Hour, às 20h, seguido de uma festa! A entrada é gratuita e haverá bicicletário na porta.
- Roda de Conversa “O Desafio da Mobilidade Urbana no Brasil: Onde vamos parar?”
Quinta-feira, dia 20 de setembro, às 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon
Debate com a participação de:
Alexandre Gomide, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea;
Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo;
Eduardo Vasconcelos, doutor em Políticas Públicas pela USP.
Mediação de Paulina Chamorro, da Rádio Estadão/ESPN e Eldorado.
Organizador: IDS - Instituto Democracia e Sustentabilidade
- Vaga Viva
Dia 21 de setembro (sexta-feira), das 8 às 18 horas, na Rua Padre João Manoel (esquina com Avenida Paulista)
A Vaga Viva consiste no uso de vagas de estacionamento para atividades de lazer e convivência entre as pessoas, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre a relação entre a cidade e o automóvel.
Organizador: Coletivo do Dia Mundial Sem Carro
- Praia na Paulista - Ocupe seu lugar ao sol no espaço público!
Dia 22 de setembro (sábado), das 8 às 18 horas, na Praça do Ciclista (também ao lado da Avenida Paulista)
Evento: bit.ly/praianapaulista
- Slow Movie
Evento de Cinema ao Ar Livre, Pic Nic, Arte, Música e Sustentabilidade.
Dia 22 de setembro (sábado), das 15 às 22 horas, no Parque do Povo
Organizador: Slow Movie
Para outras informações sobre a Semana da Mobilidade acesse: www.diamundialsemcarro.org.br


Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/semanadamobilidade

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A arte que transforma São Paulo

Bienal chega à 30ª edição com 28 patrocinadores e apoiadores e estende a mostra pela cidade. Campanha é assinada pela Africa

Por: Lena Castellón
Fonte: Meio e Mensagem - 06 de setembro de 2012
Uma das obras da 30ª Bienal de São Paulo: Hreinn Fridfinnsson - Thirdhouse
Uma das obras da 30ª Bienal de São Paulo: Hreinn Fridfinnsson - Thirdhouse Crédito: Divulgação

Com abertura para o público neste feriado da Independência, a Bienal de São Paulo se amplia, ganha espaços em outros endereços da capital paulista e consolida seu caráter educativo. Tudo isso possibilitado pela parceria acertada com 28 empresas. Pudera. Esta é a 30ª edição da mostra, uma das mais importantes do mundo. O projeto idealizado para este ano é tão extenso que se propõe a transformar a cidade.
Para a 30ª edição da Bienal, que tem patrocínio máster do Itaú Unibanco, os organizadores do evento fecharam acordos com outras instituições paulistanas para fazer a exibição de obras em lugares distintos, como o Instituto Tomie Ohtake, a Estação da Luz, o Masp e a própria avenida Paulista. O endereço notório da mostra, o Pavilhão do Parque do Ibirapuera, continua abrigando a maior parte das peças, que neste ano chegam perto de três mil, com trabalhos assinados por 111 artistas. Metade desse acervo foi produzida para esta exposição, que recebeu o nome de A Iminência das Poéticas. A curadoria é de Luis Pérez-Oramas.
+ A Bienal 2012 contempla mais de três mil trabalhos assinados por 111 artistas: este se chama "Mobile Radio - Do You Listen To Two Radio Stations While Falling Sleep" Crédito: Divulgação

Tamanha engenharia exigiu um esforço que deu largada dois anos antes de sua abertura. É com esse intervalo de tempo que se planeja uma edição da mostra, como conta Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal. “Uma edição se constrói a partir das anteriores. Sobre esta 30ª, aprofundamos o programa educativo, que está muito ambicioso. A segunda característica marcante deste ano é a ocupação da cidade. A Bienal é um catalisador para transformar São Paulo em polo de arte”, afirma.

No lado educativo, isso quer dizer um conteúdo mais abrangente, que será acessado por um número maior de pessoas – de estudantes a agentes comunitários – e que envolve até a formação de professores. Dentro desse programa, são esperados cerca de 150 mil visitantes até o final da exposição, que se encerra em 9 de dezembro. O Educativo Bienal, como se chama o projeto, nascido na 29ª edição, está coordenando desde 2011 as ações planejadas para este ano. Os encontros para formação em arte contemporânea, por exemplo, se iniciaram em janeiro passado e até março já foram realizados 25 “cursos”, que atenderam duas mil pessoas. Estão na cota “patrocínio educativo” as seguintes empresas: AES Eletropaulo, Gerdau, Instituto Votorantim e Bloomberg.
O envolvimento da cidade com a mostra foi buscado para tornar o evento ainda maior. Foi uma maneira de abrir alternativas para a população e inseri-la ainda mais no conceito de economia criativa. Por outro lado, a Bienal tem alcance global e atrai visitantes internacionais para a exposição. Na edição anterior, foram recebidos cinco mil estrangeiros. Para este ano, aguarda-se um público de sete mil pessoas vindas do exterior. Para dar um exemplo desse interesse, na semana de abertura estará na cidade uma delegação de 30 pessoas ligadas ao Tate de Londres.
Outra marca que promete destacar esta Bienal é a estratégia digital. “Temos eventos de comunicação digital. Estamos explorando bastante essas mídias. Temos um grande acervo de vídeos e dá para baixar um podcast e a visita guiada pelo celular”, detalha Martins. Esse aspecto ganhou força graças ao trabalho de parceiros como a Oi e a Oi Futuro, que são patrocinadoras.

Economia criativa

Heitor Martins diz que a Bienal deste ano mostra como o mercado está vibrante. "Vivemos um desenvolvimento do setor cultural. Isso é sintoma e reflexo", comenta. Segundo ele, vários patrocinadores começam a perceber a importância do marketing cultural e passam a investir recursos próprios e projetos - a tônica sempre foi utilizar as leis de incentivo, que oferecem benefícios fiscais (para saber mais a respeito, leia "Projetos culturais lutam para obter apoio das marcas"). Para Martins, algumas companhias entendem que o patrocínio faz parte de uma estratégia que se volta também para a responsabilidade social e para programas educativos.
Em sua opinião, o mercado está percebendo uma maior capacitação de profissionais e projetos, que estão mais adequados às necessidades dos patrocinadores. "Pode-se fazer ações customizadas, alinhadas aos valores das marcas", salienta. Essa postura e o amadurecimento do setor são sinais de maturidade. "Entre setembro e dezembro São Paulo tem muitas mostras e atrações para o público. Isso não é coincidência. É um desenho feito para aumentar a oferta para a população. Isso beneficia a economia e as pessoas. Estamos em um ciclo positivo da economia criativa. A economia cresce. Investimentos na cultura também. E temos um fortalecimento das artes", explica.
Foram criados 16 anúncios pela Africa que trazem frases com fatos previsíveis como
+ Foram criados 16 anúncios pela Africa que trazem frases com fatos previsíveis como "Ex-jogadores serão candidatos". Conceito ligado à Bienal faz contraponto a essa ideia. Somadas, as peças remetem a outra proposta: a da integração pela arte Crédito: Divulgação

Campanha destaca o “imprevisível”

A Africa é a responsável pela campanha da 30ª Bienal, que procura ressaltar o caráter “único e imprevisível” do evento. Anúncios trazem temas próprios do cotidiano de um cidadão que mora em São Paulo: “Chuva complica saída para o feriado”, “Restaurante descolado lota nas primeiras noites”. Essas frases são confrontadas com a mensagem: “A maioria dos eventos é previsível. Venha a um que não é”.
Seguindo o conceito desta edição da Bienal – que une São Paulo pela arte , a campanha também promove uma integração. Os 16 anúncios, que seguem a identidade visual da mostra, formam uma única peça que se condensa em um grande olho. Segundo André Stokarski, coordenador geral de comunicação da Bienal, as 16 peças “dialogam diretamente com o conjunto de 30 cartazes produzidos para o evento". Um painel com todas as peças estará em exibição na Bienal.

 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Comunicação Consciente

03/09/2012    
 Fonte:  www.mercadoetico.com.br.
Primeira mulher na América Latina a presidir, durante sete anos, um megagrupo multinacional (Young & Rubicam), e há 15 anos sócia-presidente do Grupo Full Jazz de Comunicação, a paulista de nascimento e mineira de coração Christina Carvalho Pinto não apenas impressiona. Como descreveria Guimarães Rosa, seu escritor e guru predileto, ela encanta. Não foi à toa que a Fundação Dom Cabral, na virada do milênio, elegeu o Grupo Full Jazz como o melhor exemplo de inovação empresarial no país. Se a FDC visitar o Grupo hoje, verá que a inovação ali só avançou.
Hiram Firmino, da Revista Ecológico

Considerada uma das maiores lideranças do Brasil em inovação e revitalização de marcas e setores, Christina revisitou a capital do seu estado afetivo (“Vocês não têm ideia da magia que Minas tem sobre mim; inspira, provoca…”). A convite de Alexandre Michalick, criador e presidente da Academia de Ideias, com sede na Agência Perfil de Cacá Moreno, ela se reuniu com um pequeno grupo de empresários, políticos, jornalistas e publicitários, para falar sobre o papel revolucionário da mídia como instrumento valioso, capaz de mudar a mente ainda hoje suicida e não sustentável da humanidade errante sobre o planeta em desequilíbrio ambiental. De maneira simples, convincente e até espiritual, ela explicou porque “Revitalização”, tema central de sua palestra, tal como “Sustentabilidade”, é “a chave dos novos tempos”.
Poderosa em sua comunicação, Christina antecipou porque o nome futuro e mais apropriado da Economia Verde, uma das pautas centrais da RIO + 20, será Economia do Amor. E comprovou, ao falar de sua experiência como “estrategista de criação”, de uma nova maneira de se viver, compartilhar e ser feliz sem destruir o planeta – e não apenas como publicitária -, porque é também considerada a “Dama da Nova Comunicação” do Brasil.
A Revista ECOLÓGICO também foi convidada para ouvir sua palestra e divulga aqui os principais trechos de sua mensagem e esperança. Confira!
Mulher Poderosa
Empresária, estrategista, comunicadora e, acima de tudo, revolucionária, Christina Carvalho Pinto também é líder da plataforma multimídia Mercado Ético, a mais completa do mundo sobre sustentabilidade. Neste projeto, ela se associou à economista evolucionária Hazel Henderson, uma das mentes mais geniais do planeta com foco na reconstrução macroeconômica global. Christina é também fundadora e presidente da Conteúdos com Conteúdo, empresa que cria e produz conteúdos inovadores e transformadores para todas as mídias, com mais de 200 programas de TV produzidos e veiculados. É sócia também da The Key, consultoria para empresas e marcas voltadas a prosperar na nova economia.

Em 2005, Christina foi eleita “Uma dos Dez Maiores Empreendedores Brasileiros”, pela revista Empreendedor. Em 2006, em votação aberta pela internet, foi eleita “A Profissional de Maior Significado para a Criação Publicitária no Brasil nos últimos 20 anos”. Foi eleita duas vezes, em 2004 e 2007, como “A Mulher Mais Influente do Brasil no Setor de Marketing e Publicidade”, pelos assinantes da revista Forbes e do Jornal Gazeta Mercantil.
É embaixadora brasileira do “Women´s Forum for Economy & Society”, na França. Duas vezes indicada para o Prêmio “Femme D´Affaires”. Coleciona centenas de outros prêmios nacionais e internacionais, a exemplo de “Profissional da Década”, pela Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda (Abracomp).
Conduz, semanalmente, o programa “Novos Tempos”, que vai ao ar pela TV Climatempo, sobre tecnologias limpas, novos modelos mentais, novos comportamentos e estilos de vida, empregos verdes, energias renováveis e investimento sustentável.
Articulista e palestrante de renome internacional, tendo já discursado na ONU e em outros espaços políticos estratégicos, Christina também faz parte de diferentes boards: Carbon Disclosure Project, Ethical Markets, AVAPE – Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência e Images & Voices of Hope (diálogo planetário por uma mídia ética e construtiva). Para este último, veja e participe do site em português: www.ive.org.br.
Seu pensamento inovador está destacado em mais de 20 livros de diferentes autores.
“TEMOS DE OPTAR PELA NOITE OU PELO DIA”
Nós vivemos a era da confluência e, tal como os iogues que meditam às quatro horas da manhã, quando a escuridão atinge seu ápice e dá lugar à emergência de uma nova claridade. Temos de optar pela noite ou pelo dia. Continuar como somos, dormindo e esticando a escuridão atual dos atos e efeitos que também causamos a nós mesmos, essa escolha é individual. Ela interfere e faz a diferença em tudo que somos, fazemos e influenciamos ao nosso redor. Melhor optar pela claridade, assim nos antecipamos, nos preparamos para o novo dia e para a luz que, inexoravelmente, vai nascer.
“NÃO EXISTEM MAIS EU, NÓS E OS OUTROS”
As duas ondas principais de pensamento que o setor produtivo viveu foram a revolução agrícola, em que a ordem geral era tão somente “ter que produzir”, não importa onde nem como; e a industrial. A partir da Revolução Industrial, a ordem passou a ser “competir”, a qualquer preço e em uma disputa permanente. Tornamo-nos seres competitivos, qualquer pessoa, profissional, cliente ou produto tem de matar o outro para vencer. Ficamos mais separados ainda do que já éramos. Depois veio a era pós-industrial, na década de setenta. Ela nos ensinou que tínhamos que cooperar uns com os outros para sobreviver individual e coletivamente. A onda que vivemos hoje, chamada de cocriação, é o aprimoramento da cooperação. Sabemos que somos um só e não somos nem estamos separados uns dos outros e da natureza. Não existe mais eu, nós e outros, mas o Uno, o Todo, a Vida. Estamos juntos e temos de criar a realidade que precisamos e queremos ter. Isto é possível. E urgente.
“SEM A NATUREZA,TODOS MORREREMOS!”
Sustentabilidade não é um conceito, é um sentimento que nasce de uma profunda apreciação pela vida. A vida do planeta, a vida minha, sua e de todos. Somos parte integrante da natureza. Nós também somos a água que bebemos e que constitui quase 70% de nossos corpos. Somos o ar que os nossos pulmões respiram e nos mantém vivos. Está tudo interligado. Sem a natureza fora e dentro de nós, todos nós morreremos. A diferença entre nós e os demais seres vivos é que somos a única espécie que consegue se expressar de múltiplas maneiras. Essa é a capacidade que temos para influenciar e mudar o nosso destino.
“PASSAREMOS A TRABALHAR PARA GAIA”
O novo paradigma que se impõe começa com “bio”: bio-organização, biopolítica etc. Isso nos remete doravante não somente ao entendimento racional do que é a vida, a natureza, o meio ambiente. Mas também sentimental.
Passaremos a trabalhar, liderar ou governar não só para nós mesmos; mas para Gaia, a Grande Mãe Terra, no seu sentido maior, que é a própria Vida. Não apenas a nossa, mas a de todas as espécies com as quais vivemos em total interdependência.
“SE O CLIENTE DESTRÓI, TEMOS DE RECUSÁ-LO”
Neste sentimento global que define a sustentabilidade plena que buscamos, as agências de publicidade têm de ver seus clientes também sob essa ótica: como expressões da vida e não mais como aqueles que apenas nos financiam. Se seu produto, fabricação ou processo destrói a natureza, cabe a nós o dever de recusá-lo. Essa é a nova premissa, a pergunta que temos de nos fazer, como mídia e profissionais de comunicação: a quem devemos servir? Antes de criar uma campanha de publicidade para uma marca de bebida, precisamos lembrar que, no Brasil, o alcoolismo já vitima crianças a partir dos 10 anos de idade. Lembrar que crianças e adolescentes são sim vulneráveis aos apelos lúdicos e eróticos que hoje predominam na comunicação desse setor. E que ele é a porta de entrada para as drogas.
“NÃO SOMOS LINEARES, MAS SERES QUÂNTICOS”
Não existe mais lugar para pensamento linear. Nós não somos lineares. Somos quânticos. Como criadores de nossas realidades, podemos mudar e expandir essa nova consciência de mundo. A humanidade hoje, principalmente os jovens, vive um processo de desencanto pelo cientificismo. Esse desencanto não é, de maneira alguma, pela ciência, mas pela visão estreita de que só o mundo material pode nos completar em termos de conhecimento.
Neste momento, queremos mais. Queremos ampliar nossa consciência da realidade e criar novas realidades, muitas vezes intangíveis.
“SEREMOS MENOS GANANCIOSOS E EGOÍSTAS”
A busca de um sentido para a vida e de um sentimento de unidade maior consigo e com os outros já começou. É o declínio do materialismo. Isso nos fará menos gananciosos, consumistas e egoístas. Saberemos conviver, cada vez mais, com quem pensa diferente da gente.
“MERGULHAREMOS NO CORAÇÃO HUMANO”
A questão ambiental e o sentimento da sustentabilidade estão nos fazendo ver e agir no mundo além das nossas nacionalidades. Os novos tempos possibilitam um mundo sem fronteiras, por isso as novas linguagens da comunicação precisam ser mais universais. E o único jeito de ser mais universal é mergulhar mais profundamente no coração do ser humano.
“CHEGA DE DOMÍNIO DO MEDO”
Continuar na escuridão, sob o domínio do medo, significa manter nossa voracidade competitiva. Ser autor e vítima ao mesmo tempo. É geral a exaustão provocada pela exigência de resultados num prazo cada vez mais curto e enlouquecedor. Não precisamos viver com esses punhais sobre as nossas cabeças. Podemos progredir criando novos modelos econômicos, novos estilos de vida, novos produtos e marcas mais amigáveis com o todo.
“SOMOS RESPONSÁVEIS PELOS HORRORES DA MÍDIA”
O papel da comunicação é crucial nesse novo contexto. Para falar em sustentabilidade também teremos que rever, com igual sentimento, todas as nossas cadeias produtivas.
A cadeia produtiva do estrategista, do profissional de marketing, do criativo, do construtor de conteúdos midiáticos, é a cadeia da produção de ideias. Precisamos rever a forma como construímos nossas ideias e as consequências do que produzimos, para os indivíduos e a coletividade. Somos todos responsáveis pelos horrores com que a mídia lambuza, todos os dias, nossos olhos, nossos ouvidos, nossa alma.Temos que sair do papel passivo de audiência para o papel ativo de cidadãos que, de fato, escolhem conscientemente o que querem ver e ouvir. E contribuir para a criação de uma mídia mais criativa, mas inspiradora e elevada.
“MENOS SANGUE E MENOS VULGARIDADE”
A vulgarização do ser humano, de seus sentimentos e seus valores já chegou ao limite e não pode prosseguir mais. A mídia também precisa entender isso. As pessoas não querem nem precisam ser mantidas nesse patamar alienante de desinformação. Queremos entretenimento, gargalhadas, risos e lágrimas; queremos crescer e melhorar.
Queremos menos vulgaridade, menos sangue e mais vida.
“VIRAMOS SERES CINDIDOS ATÉ NO VESTIR”
A mídia continua sombria. Essa doença da disseminação em massa dos aspectos mais trágicos da existência, somada à paixão pela vulgaridade, de tanto se repetir acabou se instalando na tela mental das chamadas audiências. Isso faz de nós seres cindidos, desconectados de nós mesmos. Não sabemos mais quem somos, o que queremos, quanto devemos pesar, o que devemos comer e como devemos nos vestir. Isso tudo vem sendo ditado por terceiros. A obediência a esses ditames, desprovida de reflexão, é uma das causas mais profundas dos estados depressivos que se multiplicam em todas as idades e classes sociais. Uma situação insustentável, em todos os sentidos dessa palavra.
“UMA NOVA MÍDIA PODE RECUPERAR NOSSA ESTIMA”
Tudo se traduz em escolha e sentimento. Nós, criadores de estratégias e conteúdos de comunicação, temos o poder de reconstruir o papel da mídia numa direção belíssima, colocando fim à hipócrita disseminação de tudo o que fere a vida. A mesma mídia, que em tantos momentos nos destrói, terá um papel fundamental, a partir de agora, no resgate da nossa autoestima perdida, das nossas raízes culturais, dos valores pelos quais vale a pena viver.
“NÃO QUEREMOS VER SÓ TIRIRICA NA TV”
Um novo ser humano está sendo forjado. Ele se reconectará consigo, com o outro e com o universo. Não quer ver só Tiririca na televisão. Ele também quer a música de Marcus Vianna e imagens de encantamento e beleza no horário nobre, no jornal, na novela, no programa de auditório. Estamos migrando para isso, até pórque é imperativo contribuirmos para essa migração. Passando da era da informação para a do conhecimento, da consciência e sabedoria, nesta ordem. É só uma questão de tempo.
“A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. NÃO SE PODE DEIXAR DE FAZÊ-LAS”
Os grandes mestres chineses nos ensinam que sábio é aquele que fala sim ou não. Mas em Minas, Guimarães Rosa nos ensinou uma visão ainda mais mágica: “Ou é, ou é”. A vida é sempre um “sim” para alguma coisa. Toda escolha é, no fundo, um tipo de sim…e é tão amplo!
“QUANDO A TERRA TREME, A HISTÓRIA MUDA”
Essa pressão por um novo posicionamento nosso, como profissionais de uma comunicação inovadora, libertadora e consciente, vem não apenas de nossos próprios insights, mas também do que Jung chamou de “o poder do inconsciente coletivo”.
Nos últimos seis meses aconteceram mais terremotos do que em toda a história da humanidade. Só que esses terremotos não estão ocorrendo apenas nas placas tectônicas: estão ocorrendo, de forma paralela e simultânea, na mente de todos nós. A Terra treme, a casa cai, a história muda!
“TODA SEPARAÇÃO RESULTA EM MUTILAÇÃO”
Inteireza é voltar a nós mesmos, ao que sentimos, ao que a voz interior nos diz para fazer e quase sempre não obedecemos. É fazermos o mesmo com o planeta, nos conectarmos de verdade, nos aconchegarmos no colo de Gaia. Qualquer separação aqui resulta em mutilação. Por isso é tão desconcertante olhar para os lados – e muitas vezes para nós mesmos – e ver o quanto estamos carentes e saudosos de nossa inteireza.
“EU COMI MUITO SAL PARA ENTENDER ISSO”
Assim como nunca se devastou tanto, nem nunca tivemos tantos seres humanos morrendo de fome, também nunca tivemos tantas possibilidades de rápida disseminação das novas ideias e visões. A tecnologia é uma amiga imperdível para nos ajudar nessa mudança de paradigma. Nesse cenário, já não faz sentido nos acomodarmos no papel antigo de publicitários. Eu comi muito sal até entender que cada ideia minha afeta centenas de milhões de pessoas. Por isso não faço propaganda de nada que possa ferir a vida. Minha profissão hoje? Uma mente estratégica e criativa a serviço da criação de um novo tempo.
Para saber mais sobre sua trajetória, acesse:
www.fulljazz.com.br;
www.mercadoetico.com.br.
Mais informações:
academiadeideias@terra.com.br
(Revista Ecológico)