quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Crianças soltando pipa, Vietnã. [Criação Criativos)

Fotografia de Hoang Long Ly.
Fonte: https://www.facebook.com/criacaocriativos/info?tab=page_info

Comunicação. Tecnologia. Sustentabilidade.

O Blog é um espaço de reflexão sobre questões fundamentais: Comunicação, Tecnologia, Sustentabilidade. Ambas estão interligadas.
A comunicação por ser processo de influência; a tecnologia como geradora do conhecimento, e a sustentabilidade, em razão da busca pela perpetuidade e harmonia das atuais e futuras gerações.
Participe com seu ponto de vista, ideias, propostas...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Campus Party Brasil 2015

Camille François é uma das 10 palestrantes do Campus Party 2015.

Especialista em política pública de cyberguerra, cyberpeace, questões relacionadas à vigilância, privacidade e robótica, tem seus trabalhos em destaque na BBC, The Guardian, dentre outros. [Fonte: http://www.buzzfeed.com/campusparty/10-palestrantes-que-voce-vai-querer-ver-no-campus-18u0g]


Imagem: Divulgação 

Por uma cidadania ambiental efetiva. [Carmem Carril/ Itamar Olímpio da Silva]

Uma nova perspectiva sobre a noção de cidadania vem sendo acompanhada pelo reconhecimento de que as gerações presentes e futuras são portadoras de direitos, como o direito à vida e à qualidade de vida. Esse pensamento é a base da obra de Solange S. Silva-Sánches, intitulada, “Cidadania Ambiental: novos direitos no Brasil”. No livro, a autora  analisa a evolução das propostas do chamado movimento ambientalista e sintetiza suas diversas contribuições na expressão “cidadania ambiental”.
 
Sua reflexão nos proporciona uma compreensão mais ampla da expressão, até porque cidadania, palavra que se deriva de cidade, não indica tão somente a qualidade daquele que habita a cidade. Para além desse fundamento, está na efetividade dessa residência, o direito político que é conferido a cada cidadão para que ele possa participar da vida do país em que reside.  E o exercício da cidadania tem tido na área de meio ambiente um de seus principais desafios. 
 
O Brasil contemporâneo dá mostras de que os movimentos ambientais vêm promovendo um projeto de transformação social. Porém, apesar dessa conscientização ainda há um caminho longo a percorrer, na construção de uma  cidadania ambiental.  É urgente a formulação de políticas públicas ambientais como já acontece em outros países, portadores de projetos em que o exercício da cidadania ambiental confere emancipação aos cidadãos.  
  
Veja-se a questão da mobilidade urbana, na Holanda, um exemplo inspirador para todos aqueles que buscam a efetividade da cidadania ambiental, no relato, a seguir, de Itamar Olímpio da Silva, pesquisador e profissional de Marketing. Itamar residiu naquele país, nos últimos anos e acaba de retornar ao Brasil.
 
As bicicletas na Holanda – uma lição de sustentabilidade! Por Itamar Olímpio da Silva.
 
Há muitos exemplos positivos de cidadania ambiental na Holanda. Lá as bicicletas constituem uma lição de sustentabilidade!  As bicicletas representam 27% das viagens feitas dentro do país. Elas se tornaram parte integral do cotidiano das pessoas, sendo que 58% da população faz uso da bicicleta diariamente. Toda a sociedade, incluindo crianças, adultos e idosos utilizam as bicicletas como um dos principais meio de locomoção. O país tem tantas bicicletas quanto habitantes e elas podem ser compradas ou alugadas. A rede  de ciclovias na Holanda é gigantesca, ligando o país todo e as fronteiras com a Bélgica e Alemanha.
 
Mas foi na década de 1970, com o crescimento da preocupação ambiental e com a crise do petróleo, que a bicicleta, foi priorizada como um meio de transporte eficaz, de baixo custo e sustentável. Mas o país não só educou a sociedade sobre os benefícios da bicicleta, como investiu no planejamento viário exclusivo para seu uso com ciclovias, estacionamentos distribuídos pelas cidades, sinalização especial e segurança. Além da integração com as redes ferroviária e metroviária, criando estacionamentos de bicicletas estratégicos, o que facilita a locomoção de ciclistas por todo o país.
 
É bastante interessante observar também como esse meio de transporte aparentemente tão frágil coexiste com os carros, ônibus, taxis e bondes com tanta harmonia!  É uma mistura de respeito ao ambiente, e aos seus cidadãos, assim com uma mentalidade aberta e receptiva a mudanças e desafios. Não foi fácil chegar aos patamares exemplares que o país atingiu hoje; também não foi da noite para o dia, mas com determinação, organização e foco, do governo e da sociedade. A Holanda continua dando uma lição de mobilidade sustentável diariamente! 
 
Outro dia eu fui ao supermercado e no caixa, decidi comprar uma sacola retornável. Ela era verde, bonita com uma foto de uma onça e de uma floresta de fundo com o seguinte logo “Reutilizar é amar”. Então eu pensei: será que um dia eu poderei pedalar uma bicicleta com o logo ”pedalar é amar” e fazer isso com segurança? E o mais importante, será que este logo estará também na mente das pessoas e da sociedade?
 
Bibliografia:
Vieira, Liszt e Bredariol,Celso.Cidadania e política ambiental. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. 
Silva-Sánchez, Solange, S. Cidadania ambiental: Novos direitos no Brasil. São Paulo: Humanitas/Annablume, 2000.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Qual a importância da marca na sociedade contemporânea?


Imagem: Divulgação Paulus Editora

Alertar sobre o descompasso entre a percepção e a realidade da marca na visão do consumidor, resultado da inadequada comunicação veiculada pelas organizações, é um dos tópicos do meu livro mais recente Qual a importância da marca na sociedade contemporânea?
A obra aponta para a necessidade das empresas adotarem, de forma eficiente, ações de responsabilidade social e postura ética, dentre outras questões de comunicação fundamentais.  

Saiba mais detalhes sobre o livro na página: https://www.facebook.com/pages/Qual-a-importância-da-marca-na-sociedade-contemporânea/190390367640924?sk=info&tab=page_info

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Documentário "O Sal da Terra" sobre a arte de Sebastião Salgado. [Direção: Wim Wenders e Juliano Salgado]

"Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado tem viajado através dos continentes, aos passos de uma humanidade sempre em mutação. Ele testemunhou alguns dos principais eventos da nossa história recente; conflitos internacionais, a fome e o êxodo. Ele agora embarca na descoberta de territórios imaculados, da flora e da fauna selvagem e de paisagens grandiosas como parte de um enorme projeto fotográfico. Uma homenagem à beleza do planeta.
Vida e obra de Sebastião Salgado são reveladas a nós por seu filho, Juliano, e pelo renomado diretor Wim Wenders."  
Fonte: http://imovision.com.br/index.php/filme/o-sal-da-terra/



terça-feira, 20 de janeiro de 2015

As 30 empresas mais sustentáveis de 2014


Por: Vanessa Barbosa - Exame.com - 05/11/2014


A edição 2014 do Guia EXAME de Sustentabilidade, o maior levantamento de sustentabilidade corporativa do país, reúne exemplos inspiradores. Neste ano, 61 empresas-modelo são apresentadas por 19 setores, com destaque especial para as companhias com as melhores práticas em cada um deles.

Além disso, a revista EXAME também destaca as companhias com as melhores práticas em 10 categorias da sustentabilidade. São elas Governança de Sustentabilidade; Direitos Humanos; Mudanças Climáticas; Relação com a Comunidade; Relação com Clientes; Gestão de Fornecedores; Gestão de Água; Gestão de Biodiversidade; Gestão de Resíduo; e Ética e Transparência.

Melhor do Agronegócio: Bunge
A gigante do agronegócio brasileiro Bunge tem investido pesado para aumentar a eficiência de sua logística. Em março deste ano, a empresa inaugurou um terminal portuário em Barcarena, no Pará, que reduz em 20% a distância para exportar grãos à Europa e em 20% as emissões de carbono, em comparação com os embarques pelos portos de Santos e Paranaguá. Também firmou uma parceria com a ONG The Nature Conservancy (TNC) para monitorar pequenos produtores em relação às boas práticas.

Melhor da Autoindústria: Volvo

A eficiência reside nos pequenos detalhes. Baseada em pequenas intervenções feitas ao longo de uma década, a montadora sueca Volvo diminuiu em 63% a energia necessária para fabricar um veículo na sua fábrica em Curitiba, que produz ônibus e caminhões. De quebra, a empresa cortou pela metade a emissão de gás carbônico.

Melhor de Bens de Capital: Tetra PakInovação tecnológica é a palavra de ordem na subsidiária brasileira da fabricante de embalagens Tetra Pak. Para reduzir o impacto ambiental de seus produtos, a empresa aumentou de 75% para 82% a proporção de material renovável usado nas embalagens. A taxa foi alcançada graças à substituição do plástico comum pelo polietileno obtido da cana. O papel-cartão, outro componente da embalagem, é feito de papel certificado. Agora, só falta encontrar o alumínio "verde".

Melhor de Bens de Consumo : UnileverHoje, 40% dos insumos agrícolas da Unilever brasileira vêm de fontes certificadas. Há três anos, eram apenas 20%. A empresa anglo-holandesa tem atuado fortemente com centenas de fornecedores de insumos agrícolas para adoção de boas práticas socioambientais. Até o final da década, a empresa persegue a meta de 100% de matéria-prima agrícola com certificação de origem.

Melhor de Construção Civil: EvenConviver com o barulho de bate-estacas de uma obra não é fácil. Buscando atenuar os incômodos, a construtora Even, de São Paulo, criou o programa Ação Vizinho. Antes de começar um novo trabalho de construção, um grupo de funcionários vai de casa em casa, dentro de um raio de 1km, avisando aos moradores sobre o início da obra, os transtornos possíveis e como o morador pode entrar em contato com a empresa para fazer reclamações ou dar sugestões. A atenção dada à vizinha é um dos pilares da política de sustentabilidade da empresa.

Melhor de Consultoria, Gestão e TI: PromonA Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga fabricantes e varejistas a dar destinação correta ao lixo e aos resíduos dos próprios produtos, traz desafios e oportunidades para as empresas. Exemplo disso vem do trabalho do Grupo Promon, que atua em projetos de infraestrutura, de tecnologia da informação e de consultoria. Atendendo ao pedido de um cliente industrial, a Promon criou um programa que gera benefícios sociais e econômicos para a cadeia da reciclagem. A empresa investiu em cerca de 30 cooperativas de catadores, oferecendo capacitação e equipamentos mais modernos para elevar a produtividade da pré-triagem dos resíduos.

Melhor de Eletroeletrônicos: PhilipsDe que adianta fazer produtos " verdes" se ninguém pode pagar por eles? Atenta à questão, a holandesa Philips tem se esforçado para produzir lâmpadas eco eficientes que pesem menos no bolso do consumidor. O preço das novas lâmpadas LED, que permitem economia de energia de até 80% em relação aos modelos incandescentes, caiu 70% em dois anos. Desde 2013, a empresa obtém metade de suas vendas globais com produtos ambientalmente mais eficientes.

Melhor de Energia: AES BrasilO grupo americano AES, que atua em geração, distribuição e comercialização de energia elétrica no Brasil, está atento ao potencial das energias renováveis por aqui. Por isso, planeja dobrar a capacidade instalada de 300 megawatts até 2016. Para ajudar nesse objetivo, a subsidiária brasileira, AES Brasil, participou no final de outubro do primeiro leilão de reserva de geração de energia solar do país. A ideia é instalar usinas solares junto às hidrelétricas, para aproveitar as sinergias e reduzir os custos operacionais.

Melhor de Hotelaria: Grupo Rio QuenteQuem tem a ajuda da natureza como atrativo turístico precisa cuidar muito bem dela. O Grupo Rio Quente se destaca nesse sentido. A empresa administra oito hotéis e um parque aquático na cidade de Rio Quente, no sul de Goiás, com base em uma sólida política de sustentabilidade. Destaque para os programas de educação ambiental focados em clientes, funcionários, fornecedores e na comunidade. Durante 12 vezes ao ano (em datas comemorativas ao meio ambiente), a empresa realiza caminhadas ecológicas, oficinas de reciclagem e plantio de mudas. Sua investida mais recente foram as EcoAulas, que envolveu 900 crianças da comunidade local.

Melhor de Infraestrutura: CCRA agenda de sustentabilidade da CCR tem um objetivo claro: reduzir os impactos sociais, econômicos e ambientais das atividades da concessionária. Uma das principais investidas nesse sentido é o programa Estrada para a Cidadania, implantado em nove rodovias sob administração da empresa. Desde 2002, quando foi criado, o programa já levou conceitos de educação de trânsito, cidadania e meio ambiente para 1,5 milhão de alunos do ensino fundamental de escolas públicas em 117 municípios. Além disso, em 2013, foram entregues 95 000 cartinhas a motoristas com dicas de segurança no trânsito produzidas por crianças participantes do programa.

Melhor entre Instituições Financeiras: Itaú UnibancoNo final de 2013, o Itaú Unibanco registrou um marco: a menor taxa de inadimplência dos clientes desde a fusão entre as duas instituições, em 2008. Parte dessa melhora deve-se a uma reconfiguração de risco e crédito. O banco passou a enfatizar produtos como crédito imobiliário e consignado, em lugar de outros mais arriscados, como empréstimo pessoal. O banco também reformulou seu programa de educação financeira aos funcionários.

Melhor de Material de Construção: MasisaConectar a cadeia produtiva é o desafio central da política de sustentabilidade da subsidiária brasileira da chilena Masisa, uma das líderes em produção e comercialização de painéis de madeira na América Latina. Olhando para sua cadeia de valor, a empresa busca identificar gargalos do setor madeireiro, e soluções. Em parceria com o Senai do Rio Grande do Sul, do Paraná e de São Paulo, a empresa promove cursos gratuitos para marceneiros. Em 2014, chegou a criar curso exclusivo para mulheres, com material didático específico e novas disciplinas, como cidadania e autoestima.

Melhor de Mineração e Siderurgia: ArcelorMittalAtenta à necessidade de reduzir impactos ambientais e economizar energia, a ArcelorMittal, maior produtora de aços longos e planos da América Latina, introduziu em sua usina em Juiz de Fora, Minas Gerais, um projeto-piloto inovador. A nova tecnologia permite aproveitar a energia térmica gerada no processo de queima de carvão vegetal nos altos-fornos da siderúrgica e transformá-la em energia elétrica. Com a investida, a empresa espera reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 650 000 toneladas por ano a partir de 2015.

Melhor de Papel e Celulose: FibriaPor meio do melhoramento genético do eucalipto, a Fibria, maior produtora mundial de celulose de fibra curta de eucalipto, espera aumentar a produtividade e reduzir em um terço a área necessária para a produção de celulose. Os investimentos nessa área renderam 18 novas patentes em biotecnologia só em 2013. Outra preocupação é reduzir em 91% os resíduos sólidos destinados a aterros e avançar na meta de recuperar 40.000 hectares de florestas até 2025. Só no ano passado, a empresa restaurou mais de 5 000 hectares.

Melhor de Química: BeracaEm uma das regiões mais pobres do país, o município de Curimatá, no sul do Piauí, a indústria química paulista Beraca, cujo principal negócio são produtos e serviços para tratamento de água, implementou o projeto Pace (Piauí, Água, Cidadania e Ensino). Perto de uma escola, perfurou um poço e construiu uma estação de tratamento de água para a comunidade, que sofria com a falta de uma fonte segura. A investida inspirou um dos clientes da empresa, o grupo francês de cosméticos Estée Lauder, a enviar recursos para furar mais quatro poços na cidade. Além disso, a Beraca reformou outras três escolas, construiu uma creche e criou um centro de apoio a crianças e adolescentes.

Melhor de Serviços de Saúde: Laboratório SabinValorizar as mulheres é um dos pilares da política de sustentabilidade do Sabin, maior laboratório de análises clínicas do Centro-Oeste. Elas representam 75% do quadro de funcionários e ocupam 78% dos cargos de chefia. Apoiado nessa força majoritariamente feminina, a empresa almeja conquistar novos mercados, preservando os princípios que o nortearam nos últimos 30 anos, como o investimento contínuo nas pessoas - todos os funcionários, por exemplo, têm previdência privada e participação nos resultados.

Melhor de Telecomunicações: Algar TelecomA Algar Telecom, operadora de telefonia com sede na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, mantém um projeto que consegue atender de forma equilibrada a três objetivos de sustentabilidade da empresa: preservação do meio ambiente, incentivo à educação e apoio a comunidades carentes. Trata-se do Ecobanner. A empresa recolhe lonas acrílicas usadas em outdoors, painéis e placas publicitárias nas cidades que atende. O material coletado serve de matéria-prima para uma série de produtos, como bolsas, estojos e porta-cartões. Detalhe: tudo é produzido por cooperativas ou organizações sociais.

Melhor de Transporte e Logística: Grupo LibraSozinho, o Grupo Libra, de logística, movimenta 9% dos contêineres nos portos brasileiros. É um trabalho pesado que gera grande emissão de carbono. Atenta ao impacto ambiental, a empresa já investiu mais de meio bilhão de reais em equipamentos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa em suas operações portuárias. Parte disso foi para a troca de equipamentos a óleo diesel por outros que operam com eletricidade. A meta é reduzir em 40% a emissão de gases no terminal do Rio de Janeiro e em 50% no porto de Santos até 2017.

Melhor de PME: ZanziniLocalizada na pequena cidade de Dois Córregos no interior paulista, a fabricante de móveis feitos com paineis de madeira Zanzini mostra que não é preciso ser uma grande empresa para ter um grande impacto na sociedade. A Zanzini investe na construção de uma relação próxima com a população local, formada por pouco mais de 26 mil pessoas, a partir de ações pontuais e programas permanentes que buscam minimizar problemas sociais e ambientais do município. E colhe os bons frutos: 98% dos moradores estão satisfeitos com a atuação da empresa e 100% acham que ela é importante para a cidade, apontou uma pesquisa de 2013.

Melhor em Relação com Clientes: AES BrasilEm 2009, a AES Eletropaulo era a terceira empresa de telefonia de uma lista inglória: a de reclamações no Procon, órgão de defesa do consumidor. Mas com investimento em informação de qualidade e padronização do atendimento ao público, a AES conseguiu deixar a lista. Em 2013, lançou o programa "Jeito AES de Atender", para padronizar o atendimento ao público. Mais de 10 000 funcionários passaram pelo treinamento e ainda foram avaliados de forma oculta por executivos da companhia que se passavam por clientes comuns nas lojas e no call center.

Melhor em Gestão da água: AmbevA fabricação de cerveja é um negócio sedento. Só no ano passado, a fabricantes de bebidas Ambev vendeu 11,8 bilhões de litros de cerveja e 4,6 bilhões de litros de refrigerante. Tudo isso leva água - muita água. Não à toa, o líquido precioso está no centro das ações de sustentabilidade da empresa. Entre elas, destaca-se o Movimento Cyan, lançado há quatro anos, para conscientizar as pessoas sobre o uso racional da água. O foco do projeto é atuar na melhoria dos recursos hídricos em todas as bacias hidrográficas em que se localizam as fábricas da empresa no Brasil.

Melhor em Direitos humanos: AvonA Avon desenvolve um trabalho exemplar de combate à violência contra a mulher. Seguindo investidas mundiais, a gigante dos cosméticos lançou no Brasil, em 2008, a campanha Fale sem Medo. Através dela, a empresa busca ampliar a percepção dos brasileiros em relação à Lei Maria da Penha, criada em 2010 para coibir a violência contra as mulheres. Outra investida, essa mais recente, foi a parceria com o Fundo de Investimento Social Elas, que selecionou 31 projetos ligados à defesa dos direitos das mulheres para receber apoio financeiro.

Melhor em Governança da Sustentabilidade: Brasil KirinSaber ouvir é a chave da política de sustentabilidade da fabricante de bebidas Brasil Kirin. Em 2013, a empresa criou uma vice-presidência de assuntos corporativos e sustentabilidade, além de um comitê para a área que reúne lideranças de 15 setores diferentes da companhia. Além disso, a empresa possui um canal de comunicação para receber contribuição de stakeholders sobre o que pode ser melhorado na política de responsabilidade socioambiental e ações que podem receber mais investimentos.

Melhor em mudanças climáticas: BRFRecentemente, a fabricante de bens de consumo BRF criou a área de Gestão das Mudanças Climáticas, para cuidar dos usos do "capital natural", os recursos necessários para as operações da empresa. Além da investida, lançou a meta voluntária de reduzir suas emissões de carbono em 10% até 2015. Para cumpri-la, vem intensificando o uso de fontes de energia renováveis e aumentando o transporte por trem, menos poluente que o rodoviário.

Melhor em Relação com a Comunidade: BungeEm 2009, a Bunge inaugurou uma usina de açúcar e etanol na cidade de Pedro Afonso, em Tocantins. Mas os planos da gigante do agronegócio não se resumiam apenas à nova unidade. Por meio de sua fundação, a empresa patrocinou iniciativas para melhorar o ambiente de negócios na cidade. Ofereceu, por exemplo, cursos em parceria com o Sebrae para empreendedores. Além de ajudar a reduzir a informalidade dos negócios locais, a Bunge também atuou na melhoria da qualidade da mão de obra local, que passou a ser incorporada pela própria empresa.

Melhor em Gestão de Fornecedores: Camargo CorrêaInfelizmente, a extração de madeira ilegal ainda é uma realidade no Brasil e que apresenta riscos crescentes ao meio ambiente e também para os negócios. Atenta à questão, a construtora Camargo Corrêa passou a monitorar a madeira comprada de seus fornecedores, reduzindo o risco de danos à reputação por uso de material extraído ilegalmente. A empresa investiu na implantação de um sistema de rastreamento que cobre a maior parte da quantidade de madeira que compra todos os anos para suas obras.

Melhor em Gestão de Resíduos: Coca-ColaA Coca-Cola tem uma meta desafiadora: reciclar 100% das suas embalagens de refrigerantes até 2020. Hoje, a empresa já recicla 98% do alumínio, mas apenas 60% do plástico da garrafa PET. Para melhorar essa taxa, a empresa criou o projeto Coletivo Reciclagem. Dele participam cerca de 400 cooperativas, que recebem auxílios conforme suas necessidades. As menores e mais rudimentares, por exemplo, recebem apoio jurídico para se formalizar e comprar equipamentos de segurança, como luvas e botas.

Melhor em Gestão da Biodiversidade: Danone
V
ocê sabe qual o impacto ambiental de um Danoninho? Instigada para saber a resposta desta pergunta, a fabricante de produtos lácteos Danone fez, ao longo de 2013, um detalhado estudo. Para compensar os efeitos da produção de seu famoso petit suisse sobre os recursos naturais, a a empresa adotou uma série de ações. Investiu 29 milhões de reais nos rios da região de Poços de Caldas, em Minas Gerais, onde fica sua fábrica, para melhorar a qualidade das águas, indispensável para a produção do Danoninho, e também fechou parcerias com fornecedores para reduzir a quantidade de defensivos agrícolas usados nos morangos.

Melhor em Ética e Transparência: L’OréalO respeito às pessoas, às leis e aos costumes locais são pilares do código de ética da multinacional francesa de cosméticos L’Oréal. Criado há mais de dez anos, ele é atualizado com frequência para inserir novas diretrizes. A prevenção contra a corrupção é uma das mudanças mais recentes. E a diretriz veio acompanhada de mecanismos de denúncia. A empresa criou um canal exclusivo para receber denúncias de irregularidades, batizado de Voz Ativa, que vale internamente, como também nas negociações e parcerias com o público externo
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Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticias/empresas-premiadas-pelo-guia-exame-sustentabilidade-2014-810483.shtml?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Postura ética e boas práticas socioambientais nas corporações. O assunto é tema de meu mais recente livro: Qual é a importância da marca na sociedade contemporânea?


Desenvolvimento Sustentável: É possível?

Por: Marcus Eduardo de Oliveira*
Em seu mais recente livro "Cuidar da Terra, Proteger a Vida", Leonardo Boff assevera que: “Em 1961, precisávamos de metade da Terra para atender às demandas humanas. Em 1981, empatávamos: precisávamos de uma Terra inteira. Em 1995 ultrapassamos em 10% sua capacidade de reposição, mas era ainda suportável”.
No entanto, os alarmes disparados continuaram anunciando a expansiva agressão sofrida pela Terra. O calendário marcava o dia 23 de setembro de 2008 vaticinado pelos estudiosos como o Earth Overshoot Day, ou seja, o dia da ultrapassagem da Terra. A partir dessa data constatou-se, em escala universal, que a Terra ultrapassou em 30% sua capacidade de suporte e reposição.
A partir disso, o que pensar, o que fazer? Continuar de forma desenfreada a exploração/dilapidação dos recursos naturais sem limites ou fazer a reversão de forma rápida? Continuar priorizando o mercado que exige mercadorias diversificadas a todo instante ou olhar com respeito e atenção redobrada para a qualidade de vida? Continuar com a prédica traçada desde os trabalhos seminais das ciências econômicas que pontuam que crescimento econômico é remédio eficaz para a cura dos males sociais ou fazer com que essa mesma ciência esteja submetida ao projeto de vida, cuja essência é a qualidade e não a quantidade?
Respostas a essas dúvidas estão soltas por aí, embora haja mais dissenso que consenso em matéria de se pensar a intrincada relação economia – natureza -recursos – desejos – produção – consumo.
Eric Hobsbawn, um dos maiores intelectuais do século XXI, a esse respeito já se posicionou: “Ou ingressamos num outro paradigma ou vamos de encontro à escuridão”. Por outro paradigma, o renomado historiador quer dizer que não basta fazer mudanças no sistema, é preciso mudar o sistema.
Destruir a natureza em troca dos apelos da voracidade do mercado de consumo é, antes disso, destruir as teias que sustentam a vida. O mercado, assim como toda a economia, depende de algo que está acima de tudo isso: a natureza. A economia, como atividade produtiva, é apenas um subproduto do ambiente natural e depende escandalosamente dos mais variados recursos que a natureza emana. Nós, seres humanos, como todos os seres vivos, somos partes e não o todo desse ambiente natural que contempla a riqueza do viver.
É forçoso ressaltar que não estamos na Terra; somos a Terra. Não ocupamos a natureza como meros partícipes dela; somos a própria natureza a partir do fato de sermos feitos de poeira estelar. Dependemos da natureza, das terras agricultáveis, da água, do ar, do sol, da chuva, do fitoplâncton (algas microscópicas unicelulares) e dependemos das estrelas. Isso não é prosa nem verso; é fato! São as estrelas, com uma capacidade ímpar de brilhar e, por isso, com o poder de nos afastar o medo da noite, que convertem hidrogênio em hélio pela fusão nuclear e, dessa combinação, permite-se aflorar o potássio, o oxigênio, o carbono, o ferro que vão se localizar nos aminoácidos (unidades químicas que compõem as proteínas) e nas proteínas (que formam os músculos, os ligamentos, os tendões, as glândulas, enfim, que permitem o crescimento ósseo). Sem isso a vida não seria possível. Somos natureza ainda por razões filológicas (estudo científico de uma língua). Não por acaso, somos originários do Adão bíblico (Adam, em hebraico, significa “Filho da Terra”), ainda que isso seja puramente metafórico. Somos natureza quando nos damos conta ainda de que pelo aspecto filológico a palavra homem/humano vem de “húmus”, cujo significado é “terra fértil”.
Cada vez que percebemos avançar esses assuntos, mais ainda vamos aprofundando a importância do tema. As preocupações ecológicas, vistas num passado não muito distante como apenas retóricas românticas, hoje, para nossa felicidade, ocupam a agenda das principais lideranças governamentais.
Em certa medida, parece ser consenso que estamos falando de uma perspectiva que envolve, na essência, a manutenção da vida pelos íntimos laços que temos para com a mãe Terra, também chamada Gaia.
Isso é do interesse de todos e de todas, e não mais dos praticantes da militância verde – os primeiros a chamar a atenção para esses graves assuntos.
Nesse pormenor, é oportuno resgatarmos a argumentação do educador canadense Herbert M. McLuhan (1911-1980): “Na espaçonave Terra não há passageiros. Todos somos tripulantes”.
A economia, sendo um espaço de conhecimento das ciências humanas, não pode prescindir de ajudar na disseminação de um discurso em prol da vida, e não a favor do deus mercado como tem sido freqüente desde o surgimento da Escola Clássica no século XVIII.
Discutir desenvolvimento pelas lentes das ciências econômicas é, antes de mais nada, pensar em aspectos qualitativos, e não na atual dimensão econômica dos projetos que apontam, unicamente, para o aspecto quantitativo. Perceber a economia apenas pela quantidade de coisas produzidas é um erro abissal que somente tem feito provocar ainda mais a cultura do desperdício e da falta de parcimônia em matéria de regular a atividade produtiva, ao passo que aprofunda o consumismo, essa chaga do sistema capitalista.
Ainda hoje, mesmo diante dos mais contundentes e acirrados discursos sobre a grave crise ambiental que se estabelece, apresenta-se como sendo uma boa política econômica aquela capaz de fazer o PIB subir, independente se esse crescimento se dará nas bases da exploração/destruição ambiental.
Esquecem ou ignoram os apedeutas que tudo que cresce muito, ou explode ou esparrama. Explodir, esparramar, significa, grosso modo, perdas, desperdícios. Crescer por crescer é a base das células cancerígenas. A economia não pode mais trilhar esse caminho. Isso leva à morte. Ora, isso não é solidificável; é altamente destrutível. O caminho de qualquer economia que apenas prioriza e faz de tudo para atender aos ditames do mercado que clama por mais produção e consumo, atingindo picos de crescimentos inimagináveis, é por todos conhecido: destruição, desmatamento, poluição, escassez, extinção das espécies.
É em nome desse modelo perverso e criminalmente responsável por mortes que o mercado é abastecido enquanto a natureza é descapitalizada, ao passo que a vida é posta em risco. Uma hora qualquer – e que não seja tarde demais – alguém irá perceber que as palavras do cacique Seatlle ditas ao governante norte-americano em 1854 estavam pontualmente certas: “(…) Eles vão perceber que não dá para comer dinheiro”.
Para o bem de todos é necessário aludir que não se pode medir crescimento de uma economia quando se derruba uma árvore, se polui um rio, se contamina uma nascente. Isso tem outro nome: insanidade.
Não há economia que prospere sustentavelmente nas bases dessa patologia. Para atenuar esse discurso, os economistas modernos criaram a expressão desenvolvimento sustentável. No entanto, não são poucos os que cometem outro equívoco na vã esperança de que essa palavra mágica (sustentável) seja de fato algo aplicável.
Todavia, resta-nos indagar: sustentável para quem? Como? Quando? Onde? A continuar a exploração desenfreada, não é possível sustentar esse crescimento. Logo, a expressão é, por si, falaciosa. Num projeto de desenvolvimento que se pauta pelas linhas mestras da competição, não é factível que seja algo sustentável, uma vez que essa competição, feita pelos mecanismos conhecidos, apenas produz exclusão à medida que uns poucos ganham e triunfam sobre a derrota de centenas de milhões de pessoas.
Se milhares são (e serão cada vez mais) os que engrossam (e vão engrossar) as fileiras da miséria e da penúria, como é possível afirmar se tratar de desenvolvimento sustentável? Só há sustentabilidade quando todos/todas participam, sem exclusão. Exclusão é conceito que não combina com a abrangência do termo sustentabilidade.
Ademais, argumenta-se, insistentemente, que o desenvolvimento sustentável é exeqüível, pois, um belo dia, a natureza irá responder pelas demandas dos recursos renováveis. Esquecem-se os que assim argumentam que o universo é finito; não aumentará de tamanho. Os recursos, muitos deles, vão acabar; muitos não são renováveis.
Assim, uma vez mais é oportuno chamar a atenção de que o termo “sustentável” é pouco confiável. L. Boff refletindo sobre isso no livro citado no início dessas palavras pondera que “(…) sustentabilidade deve ser garantida, primeiramente, à Terra, à humanidade como um todo, à sociedade e a cada pessoa”. A economia (ciência) em seus poucos mais de 230 anos precisará avançar muito ainda para englobar com primazia esse termo em seus predicados. Exclusivamente pelas raias da competição nada se conseguirá.
De toda sorte, a escala de valores que deve predominar então, caso queiramos priorizar a vida, deve incluir a cooperação, a partilha, a solidariedade, a comunhão, o compartilhamento. Definitivamente, o projeto econômico precisa estar à serviço da vida em suas dimensões, incluindo, principalmente, a perspectiva ecológica. Urge pensarmos na perspectiva de que o modelo aí posto está errado e já passou da hora de propor alternativa. A vida tem pressa e o relógio do tempo passa rápido demais.
* Economista brasileiro, especialista em Política Internacional. Articulista do site “O Economista”, do Portal EcoDebate e da Agência Zwela de Notícias (Angola)
Fonte: http://www.mercadoetico.com.br/arquivo/desenvolvimento-sustentavel-e-possivel/

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Cultura Tecnológica Sustentável. Estudo de Caso do Projeto Cognitus na Petrobras

Este livro originou-se da reflexão sobre o uso de novas ferramentas cognitivas como uma resposta da Petrobras ao desenvolvimento e atividades econômicas que preservem a natureza e as comunidades da Amazônia.