Alana Gandra - 14/07/2011
Repórter da
Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Robô Ambiental Híbrido Chico Mendes, criado pelo Centro de
Pesquisas da Petrobras (Cenpes), em 2005, para fazer o monitoramento da região
onde está sendo construído o Gasoduto Coari-Manaus, na Amazônia, é a grande
“vedete” do Laboratório de Robótica da Cenpes. Ele consegue atingir lugares onde
não é possível chegar pelos meios convencionais. A máquina pode se movimentar na
água, na terra ou no pântano. Tem quatro rodas e uma estrutura que a protege de
acidentes e com capacidade, inclusive, de alertar sobre a presença de larvas do
mosquito da malária.
O equipamento, que funciona por
controle remoto, está sendo desenvolvido para ser operado por uma pessoa em seu
interior. “A nossa ideia é fazer um [robô] que tenha espaço para uma pessoa
dentro”, disse hoje (14), à Agência Brasil, o pesquisador do
Cenpes, Ney Robinson Salvi dos Reis. Ele participou do seminário sobre inovação
tecnológica brasileira na indústria de robôs, promovido pelo Clube de
Engenharia, no Rio de Janeiro.
Os pesquisadores do Cenpes estão
trabalhando nessa modalidade do robô ambiental há cinco anos. A previsão é sete
anos para alcançar uma “cabeça de série [pequenos lotes de produção]”, disse
Reis. “Nós estamos trabalhando nele há cinco anos. Daqui a pouco, sai uma
fornada aí”, completou.
O Cenpes autorizou este ano que
sejam iniciadas as pesquisas para obtenção de cabeças de série do robô híbrido,
partindo dos testes feitos na Amazônia. Na região, o Cenpes realizou, em
dezembro passado, uma simulação de vazamento de petróleo no Rio Negro, que
ocorreu durante o evento internacional Mobex Amazônia 2010, do qual participaram
mais de 150 representantes de 27 países. O evento foi realizado pela primeira
vez no Brasil, com objetivo de aprimorar as ações de resposta a grandes
emergências ambientais.
O Laboratório de Robótica do Cenpes
está preparando ainda projetos para responder ao desafio da exploração de
petróleo em águas profundas e ultraprofundas, visando ao pré-sal. “O laboratório
de robótica tem essa incumbência de fazer ferramentas especiais para
intervenções submarinas”.
Ney Robinson Reis disse que o Brasil
tem todas as condições de desenvolver projetos na área de robótica, “seja para o
pré-sal, seja para a Amazônia. Para qualquer coisa. É só a gente ter uma
política de investimentos de médio e longo prazo”.
Fonte: Agência Brasil